PALAVRAS SEMANAIS.

FUTURO

Nesta altura do ano, de modo natural, somos inclinados a apreciar o futuro. Tal exercício passa longe dos esforços em torno de adivinhações ou previsões. O futuro evocado tem raízes nas comemorações da semana: Dia das Crianças e do Professor, com destaque, no plano religioso, para a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, além de, na mesma data, comemorar-se o Descobrimento da América. Em nome da brevidade textual, destaquemos os dois agentes cívicos responsáveis pelas projeções das melhorias sociais.

As crianças, oficialmente, conquistaram seu dia no calendário nacional, 12 de outubro, em 1924, por meio de Decreto assinado pelo Presidente Arthur Bernardes, embora no plano internacional a data seja comemorada em 20 de novembro, dia em que foi aprovada pela ONU a Declaração dos Direitos das Crianças. Por sua vez, o Dia do Professor, 15 de outubro, tem origem com a edição do decreto imperial por D. Pedro I, em 1827, que instituiu o Ensino Elementar no Brasil. Entretanto, a homenagem aos professores, de fato, começou a ser realizada a partir de 1947. Apenas em 1963 foi decretado o feriado escolar em referência ao exercício do magistério.

O breve resgate histórico ajuda-nos a visualizar a construção simbólica do futuro. Segundo o portal Terra, de onde retirei esse apanhado, no caso das crianças, apenas na década de 60 a data passou efetivamente a ser comemorada, por iniciativa da indústria de brinquedos. Já os professores atravessaram quase um século e meio para conquistarem o mínimo reconhecimento enquanto classe profissional.

O presente que vivenciamos já foi o futuro distante das gerações representadas nas datas acima. Há muitas décadas, os ventos do tempo sopram com insistência em nossos ouvidos as mensagens das promessas de futuro, expressas pelo sorriso infantil e pelas providenciais lições escolares.

Contudo, em termos de conquistas sociais o promissor marco temporal sempre é adiado, mesmo que no intramuros escolar seja projetado dia a dia. Ali, as esperanças que embalam os sonhos da infância encontram terreno fértil para prosperarem, ao serem cuidadosamente amparadas pelo profundo engajamento das vocacionadas almas educadoras. Valei-nos, Nossa Senhora!

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