sábado, 5 de novembro de 2011

PONTO LUMINOSO

          A ciranda do tempo nos trouxe novamente o Dia de Finados. Diante da simbologia dessa data, na construção destas linhas, busquei a companhia de grandiosa personalidade mundial falecida há menos de um mês. Para não atemorizar ninguém, apresso-me em explicar que o contato limitou-se aos meios disponíveis neste mundo, onde ainda brilha o sol.
Fonte: imagesCA5QC424

A contribuição veio do Steve Jobs, versão moderna do Professor Pardal, o mais recente revolucionário inventor a pisar os misteriosos tapetes da eternidade. Conforme amplamente noticiado, seus últimos anos foram marcados pelo intenso tratamento contra um câncer, fato que não o impediu de trabalhar e de criar as ferramentas tecnológicas responsáveis pelas últimas inovações na comunicação humana. Com ele, a maçã passou a evocar nova imagem, redimindo-a, ao menos em parte, da culpa por ser a fruta responsável pela queda humana no Jardim do Éden.
Com isso, tornou-se um divisor de águas em se tratando do aperfeiçoamento das complexas engrenagens do universo virtual. Deixou inesquecíveis lições de vida que ultrapassaram seu genial talento criativo, sobretudo, por enfrentar a morte com incomum sobriedade. Em discurso aos formandos da Universidade de Stanford, em 2005, expressou-se de maneira iluminada:
Fonte:  albireo_yandrik[1]
“Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo – todas as expectativas externas, todo o orgulho, todo o medo de se envergonhar ou falhar – isto tudo cai diante da face da morte, restando apenas o que é realmente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”
                  Depois dessa locução, viveu mais seis anos. Até o fim soube enobrecer seus dias. Lutou com todas as forças contra a doença inclemente. Com seu comportamento, reconheceu que a morte pode tudo, menos limitar a paixão humana pela vida. Dessa maneira, converteu-se para nós num ponto luminoso a indicar o caminho para tornar a nossa existência cada vez mais sublime.

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