Fonte: cidadao.pr.gov.br |
A comemoração dos 47 anos de emancipação política do município oportuniza uma nova espiada nos corredores da nossa História. Ao relembrar os caminhos difíceis, aumentam as possibilidades de compreensão da realidade, a fim de se projetar o futuro com maior brilho, paz e convivência harmônica.
De certa forma, os tempos antigos convivem conosco. É impossível encontrar os conhecidos numa festa, numa boa roda de chimarrão, nas esquinas da cidade ou nas encruzilhadas do interior, sem dar espaço para a memória apresentar seus causos, comentar as mudanças tanto em termos de ocupação territorial quanto no estilo de vida.
Dia desses, um grande amigo, de tradicional família pinhãoense, relatava os modos daqueles dias sem muita restrição legal para o porte de armas. Era comum o sujeito sair de casa bem prevenido. O “Trinta e Oito” marcou tantas gerações, assim como os pinheirais povoaram nosso chão! Inúmeras desavenças foram “resolvidas” na bala. Sem tocar nos conflitos por interesses comerciais, agrários e outros casos de disputas pessoais ou familiares. Em vários lares, ainda encontram-se dolorosas cicatrizes dos muitos desaforos não levados para casa.
Entretanto, na maioria das vezes, o armamento era usado para a defesa pessoal. Para se deslocar do interior, era preciso atravessar matagais e capoieras. Havia o risco de assaltos ou de ataques de animais ferozes. Por isso, o povo vinha fazer suas “lidas”, na vila, bem preparado. Esse pessoal, inclusive, chegou a evitar um assalto no antigo Banco Bamerindus. Os ladrões estavam nas proximidades. Quando chegaram na lanchonete ao lado e viram toda aquela turma exibindo vigoroso armamento, desistiram dos planos. Acabaram praticando o assalto na cidade de Mangueirinha.
Apesar dos contratempos e das peleias, as pessoas viviam bem. O povo pinhãoense sempre foi ordeiro e trabalhador. A maneira truculenta de acertar as contas precisa ser entendida como um comportamento até certo ponto natural naquele contexto histórico. O importante é destacar a superação e o esforço das sucessivas gerações para construir nova ordem, fundada no diálogo e na solução pacífica dos conflitos, tal qual vivemos e buscamos aperfeiçoar em nossos dias.
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