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Fonte: tramavirtual.uol.com.br |
Dia desses, assisti no Programa Conexão Repórter a entrevista do Rapper Emicida. A reportagem resgatou a trajetória do cantor, das suas origens humildes aos dias atuais marcados pela fama. Uma história de superação semelhante a tantas outras com o mesmo enredo: a conquista de um lugar ao sol no concorrido universo das celebridades, por pessoas nascidas em berços totalmente excluídos do brilho fácil do sucesso.
A inspiração veio do sofrimento imposto pela miséria.
A pobreza, as discriminações, a marginalização, o racismo, entre outros
componentes da desigualdade social, transformaram-se em matéria prima para a
reconstrução artística da realidade. O mundo da favela iluminou-se pelas rimas
de protesto e de denúncia. Uma voz se elevou para cantar as dores da periferia,
retrato sem retoque do submundo dos despossuídos.
Em pouco tempo, o desconforto da vida virou arte. A
música espalhou-se a partir da internet, transformou-se em mensagem clara,
reivindicando respeito, tendo como lema central o intrigante grito “a rua é nóis”.
O talento do menino negro, pobre, rompeu todos os círculos da exclusão para
sacudir o insensível mundo dos “incluídos”, com palavras fortes, enraizadas nas
duras experiências do cotidiano das vidas marginalizadas. Assim, de forma
espontânea, no improviso mesmo, nasceu o “embaixador das ruas”.
Alcançar o sucesso nessas condições exige esforço
sobrecomum. Talento, inspiração e vontade de vencer não bastam. É preciso fazer
escolhas certas. O próprio Emicida encontrou o “céu” e o “inferno” nas ruas das
comunidades. Poderia transitar facilmente pelo atrativo caminho da revolta. Nortearia
sua trajetória pelas drogas, tráfico e violência. No entanto, optou por seguir
uma rota diferente, fazendo da fé e da esperança “o seu oxigênio”, a ponto de
ser reconhecido como o “porta-voz dos excluídos da periferia”.
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Fonte: imagesCACW7HLT |
Resolvi trazer aqui algumas impressões da entrevista
por encontrar nela um bom exemplo para estes nossos dias conturbados. As
condições de nascimento não impedem ninguém de projetar a vida por meio de
perspectivas superiores, de se tornar grande mesmo estando cercado por
gigantescas montanhas de limitações. Quem quiser, pode conferi a entrevista no
blog http://www.emicida.com/blog.
Vale a pena!