sábado, 7 de abril de 2012

REINCIDÊNCIA


Fonte: imagesCAG0PFS2
                           A canção “Um certo Galileu”, do Pe. Zezinho, todos os anos oferece belas reflexões sobre os acontecimentos pascais. Em poucas estrofes, temos as principais imagens de toda a doutrina cristã.  Mesmo sendo uma música bastante conhecida, continua a mexer com a gente, por destacar o impacto das palavras de um jovem simples enquanto projeto de vida para o ser humano.

“O fenômeno de um jovem Galileu” continua atraindo pessoas em todos os lugares. Os séculos se sucedem, o homem se reinventa. Surgem novidades tecnológicas fantásticas. Os costumes, o convívio em sociedade, tudo se transforma. O mundo onde se deu o advento do cristianismo tinha outras necessidades.  As pregações compiladas nos Evangelhos refletem aquele contexto histórico-social. Então, uma pergunta apresenta-se inevitável: por que após tanto tempo as mesmas palavras continuam atraindo multidões?

Em qualquer sociedade, sempre existiram pessoas com maior destaque. Um grupo seleto com talento especial em alguma área. Ideias, inventos, contribuições significativas para a humanidade costumam garantir lugar nos degraus mais elevados da fama. No entanto, tudo é transitório. Quanto tempo um homem consegue ser reverenciado? Por mais relevante feito, ninguém permanece como referência no cenário mundial muito além de findar seus dias. Aos poucos, o famoso vai se apagando. Tudo vai parar nos livros e em outras formas de registro, na vã ilusão da perpetuação de uma grande personalidade.

Só por essa rápida constatação, percebemos a grandiosidade incomparável da doutrina cristã. O tempo nada pode fazer para apagá-la ou diminuí-la. Ao contrário, quanto mais distante ficam aqueles dias lá no Monte das Oliveiras ou nos outros cenários usados pelo Jovem Galileu, tanto mais as pessoas recorrem aos seus ensinamentos para encontrar orientação na difícil travessia pelos mares da vida.
Fonte: imagesCAB41AW6


                  Mesmo assim, o ser humano continua reincidente na crucificação. No caso da Saúde Pública, tema da Campanha da Fraternidade, observam-se as injustiças sociais, as desigualdades absurdas, o tratamento vergonhoso da população mais carente. Todos os dias as fortes cenas do Calvário são revividas por inúmeras famílias, vítimas da precária assistência, do humilhante atendimento na base da troca de favores políticos.

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