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Fonte: imagesCA2USUT7 |
Em tempos normais, na política, até cavalo voa. Nestes
dias de arranjos eleitorais, será possível ver muitos outros quadrúpedes desfilando
pelos ares. Não se trata de nenhuma invasão de extraterrestres. Será apenas o
anúncio dos novos alinhamentos partidários.
É sempre assim. Quando chega a peleia, a rapaziada se
arranja como pode. O improvável acontece. O impossível some. As feridas
cicatrizam. As rusgas convertem-se em diálogo. Por aí seguem as costuras políticas,
aqui ou em qualquer outro lugar do país. O modelo é utilizado na definição de
todas as disputas, nas três esferas de governo. Talvez aí esteja a explicação
para a política despertar tantos sentimentos contraditórios de apatia, raiva,
entusiasmo e paixão ao mesmo tempo.
Se relembrarmos algumas passagens do cenário político
nacional, assimilamos melhor os resultados das atuais e imprevisíveis
movimentações. Vamos aos fatos. Quem ouvia os discursos do Lula até a terceira
e infrutífera campanha presidencial jamais poderia imaginar o PT de braços
dados com José Sarney, Collor de Melo e outras figuras desqualificadas como
mentirosos e vendilhões da pátria em outros tempos. Brasília, hoje, é um
mosaico incoerente de legendas, formado pela base de apoio ao Governo Federal.
Na última eleição, no Paraná, tivemos a composição do
Osmar Dias com o Requião. Adversários radicais nas urnas anteriores, até chegar
o santo momento apaziguador e uní-los em nova coligação. Em Curitiba, ocorre o
mesmo com a recém anunciada aliança do Gustavo Fruet com o PT. Quando era
deputado, Fruet denunciava o envolvimento do PT com o esquema do mensalão e
outras vergonhosas traquinagens.
Cheguemos ao tabuleiro eleitoral do nosso município. A
oposição nascida nas urnas transformou-se em oposição de mertiolate: quando
bateu no governo, sempre cuidou dos ferimentos para não se alastrarem. Pelas possíveis alianças apresentadas até o
momento, sobram misturas inusitadas. O PT anunciou acerto com o PTN, partido
até poucos dias da base da atual administração. Com o PSD, partido dissidente
do PSDB, está o PPS, agremiação coladíssima ao Prefeito até suposta e recente
ruptura. Como se vê, em política, nada pode ser descartado. Tudo pode acontecer!